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A “Profecia dos Papas de São Malaquias” é confiável?

  • Foto do escritor: Lucas Gelásio
    Lucas Gelásio
  • 24 de abr.
  • 2 min de leitura

Neste contexto de Conclave, você deve ter ouvido falar da profecia atribuída a São Malaquias sobre papas futuros. A partir dela, alguns entendem que o último papa foi Francisco; outros, que será o próximo.


A lista consiste em 113 frases, cada uma descrevendo um papa, desde a época de São Malaquias até o último pontífice. Entretanto, há graves indícios de que este documento é falso.


A suposta profecia foi citada pela primeira vez em 1587 e publicada em 1595, mas Malaquias faleceu em 1148. Entre a morte do santo e o surgimento da lista, passaram-se mais de 4 séculos.


Quando a profecia surgiu, 74 frases proféticas já teriam se cumprido, abrangendo todos os papas desde 1143 até aquele momento. A obra que trouxe ao público a lista já veio com a interpretação da frase de cada um destes 74 papas, todos cumprindo de forma precisa a profecia. A 29ª frase, por exemplo, dizia: “da rosa leonina”, e o 29º Papa da lista, Honório IV, vinha de uma família cujo brasão tinha uma rosa carregada por leões.


Entretanto, após a data da publicação da profecia, todas as frases vinculadas a papas futuros deixaram de ter a mesma precisão. A 78º frase, por exemplo, dizia: “homem ondulado” e é interpretada como símbolo da duração do pontificado de Leão XI, curta como uma onda. Perceba como essa interpretação é subjetiva e contrasta com a anterior.


A frase atribuída ao Papa seguinte ao surgimento da profecia aplicava-se precisamente ao papável cardeal Girolamo Simoncelli, indício de ser uma tentativa de influenciar o Conclave a elegê-lo. A estratégia foi ineficaz. Apesar disso, a frase foi reinterpretada para se encaixar com o cardeal eleito e a lista então se popularizou.


O mais grave indício de fraude se dá pelas frases 7 e 8, atribuídas aos Antipapas Calisto III e Pascoal III. Elas têm dados históricos invertidos.



Cerca de 30 anos antes da publicação da Profecia dos Papas, fora publicado um livro chamado Epitome Romanorum Pontificum, com a história de todos os Pontífices até então. O autor da obra cometera o mesmo erro de trocar as informações de Calisto III e Pascoal III, o que indica que esta foi a obra consultada para a elaboração da falsa profecia.



Outros erros da obra também se repetem na "Profecia de São Malaquias", confirmando a suspeita. Por exemplo: a frase atribuída ao Papa Anastácio IV era "Abade de Subbura", informação que constava também no livro Epitome Romanorum Pontificum; entretanto, o Anastácio IV nunca foi abade.



Conclui-se, portanto, que a profecia é falsa.


Oremos pela alma do Papa Francisco e pelo novo Conclave.

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Professor Lucas Gelásio
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