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As aparições de Maria que formam uma linha da Europa ao Brasil

  • Foto do escritor: Lucas Gelásio
    Lucas Gelásio
  • há 1 dia
  • 17 min de leitura

Atualizado: há 1 dia

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Introdução


Nos últimos anos, tornou-se bem conhecida na internet a impressionante linha reta que conecta diversos santuários dedicados a São Miguel Arcanjo, estendendo-se da Europa até a Terra Santa.


Certa vez, em conversa com Pe. Oliveira sobre os locais de aparições no Brasil, percebemos que elas também formavam uma linha reta, e que esta apontava justamente para Fátima.


Decidi, então, realizar uma pesquisa mais aprofundada sobre as aparições e reuni-las todas em um mapa. Buscando analogias e meditações, percebi vários elementos de grande riqueza simbólica.


Este artigo mostra o resultado desta pesquisa: há uma linha que, até então, estava desconhecida, e que une as principais aparições de Nossa Senhora da Europa ao Brasil, atravessando o Oceano Atlântico.


Assim, além da conhecida Linha de São Miguel, é possível identificar também a Linha de Santa Maria na Europa, a Linha de Santa Maria no Atlântico e a Linha de Santa Maria no Brasil, todas pertencentes a uma mesma e grandiosa linha mariana.


De modo surpreendente, a Linha de Santa Maria na Europa cruza com a de São Miguel, formando juntas o mesmo ângulo presente entre as linhas da constelação do Cruzeiro do Sul.


Confira, neste artigo, todos os detalhes deste impressionante fenômeno.

 

Esclarecimentos prévios


“Quem anda no caminho reto e teme a Deus é desprezado por quem segue um caminho infame.” (Provérbios 14,2)


Antes de prosseguirmos com os detalhes, convém esclarecer alguns pontos.


Sobre os alinhamentos

As linhas aqui apresentadas não são alinhamentos geométricos absolutamente perfeitos, mas aproximações notáveis. É como se cada linha possuísse uma espessura, dentro da qual se situam os locais identificados como pertencentes a ela. Os pequenos desvios são tão sutis que se tornam imperceptíveis à medida que a escala diminui.


A espessura poderia ser mais fina se alguns dos pontos internos fossem excluídos, ou mais grossa se outros pontos próximos fossem adicionados. O critério adotado foi o de priorizar o alinhamento que abrangesse os locais mais conhecidos.


Sobre a projeção cartográfica

As linhas europeias são retas na projeção cartográfica Web Mercator, a mais utilizada nos mapas modernos. Contudo, essa projeção distorce as regiões próximas aos polos conforme a escala diminui. Assim, as linhas de São Miguel e de Santa Maria na Europa aparecem como retas nos mapas, mas seriam percebidas como curvas quando vistas do alto — por exemplo, da janela de um avião.


Isso, longe de ser um problema, é um fator que podemos levar em conta como prova de que as linhas não foram elaboradas por mãos humanas, já que a projeção na qual elas aparecem como retas foi desenvolvida no século XVI, época em que já existiam a maior parte dos templos que as compõem. É como se as linhas já estivessem esperando, por séculos, o desenvolvimento das técnicas cartográficas para então serem descobertas.


As linhas de Santa Maria no Brasil e no Atlântico, por sua vez, estão mais distantes dos polos e são menos distorcidas na projeção Web Mercator. Ainda assim, como são as mais compridas, há uma distorção perceptível. Entretanto, de forma inversa às linhas europeias, estas são mais perfeitas na superfície terrestre do que na projeção cartográfica. Isso significa que, vistas desde o céu, as linhas seriam mais retas do que quando observadas em um mapa.


Sobre a precisão dos pontos

O local onde há um santuário de peregrinação em honra a uma aparição nem sempre corresponde ao local exato em que ela ocorreu, embora costume estar muito próximo. Portanto, é possível que os fenômenos místicos originais fossem ainda mais alinhados do que o alinhamento de seus atuais locais de culto.


As medidas aqui apresentadas como distâncias entre pontos e ângulos de inclinação foram calculadas a partir de ferramentas simplificadas, como o ScribbleMaps, e podem estar imprecisos quando comparados a métodos mais sofisticados. Por isso, convido os especialistas da cartografia a fazerem uma revisão deste estudo para aprimorá-lo.


Sobre os fenômenos místicos

A presença de uma alegada aparição ou manifestação sobrenatural dentro do percurso da linha não é um sinal indicativo de que ela seja de origem divina. O Demônio também pode muito bem ter percebido este padrão aqui apontado e nele semeado a confusão propositalmente.


Além dos casos aqui apresentados, há outros que também ocorreram dentro do traçado dessas linhas. Entretanto, por terem documentação escassa ou confusa, foram deixados de lado no momento. Esse estudo poderá ser atualizado no futuro, conforme surjam novas informações que possam esclarecer os episódios descartados ou que levem a descartar os episódios já considerados.


Sobre o significado das linhas

Essas linhas não devem ser usadas como condução ao pecado de superstição. É necessário esclarecer que nelas não há qualquer tipo de “energia espiritual especial”, nem se pode afirmar que as orações feitas nesses locais são mais eficazes do que em outros. As linhas são, em vez disso, sinais visíveis que nos fazem recordar a presença e a ação de Deus na história.


Deus não dispôs essas linhas para que se fossem examinadas esmiuçadamente em seu preciosismo geográfico, mas para que, vendo-as, nos lembrássemos Dele. É natural, portanto, que haja pequenas imprecisões nesse alinhamento, pois o propósito do Senhor não é que nos distraiamos com as coisas imperfeitas do mundo criado, mas que dirijamos toda a nossa vontade apenas a Ele, a Suma Perfeição a quem tudo remete.


Sobre o contexto geral das aparições

Um analista cético poderia alegar que, dada a grande densidade de relatos de aparições na Europa em dois milênios, seria fácil encontrar alinhamentos aleatórios entre eles. Contudo, tal objeção pode ser respondida observando-se:


  1. a importância singular dos pontos que pertencem à linha, em contraste aos que estão fora dela;

  2. a unidade de elementos nas histórias desses pontos, como será mostrado no artigo;

  3. e o simbolismo espiritual que cada linha carrega, também abordado adiante.


Além disso, é muito provável que existam outros alinhamentos que incluam os demais pontos de aparição e peregrinação pelo mundo e que ainda não tenham sido identificados. Deus dispõe todas as coisas de modo a conduzir-nos a Si, e basta meditarmos com fé para encontrarmos significados edificantes nas marcas que Ele deixou pelo mundo.


De todo modo, convém recordar que Deus nunca manifesta as Suas obras de modo absolutamente indubitável, pois Seu propósito não é oferecer provas empíritas de Sua existência, mas nutrir a fé dos que O buscam. Ele prefere revelar-Se por meio de sinais que convidam à meditação e à contemplação espiritual pelo caminho da fé, pois os frutos dela são mais profundos e Lhe dão maior glória.


“Bem-aventurados os que não viram e creram.” (Jo 20,29)


Linha de São Miguel


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“E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, em favor dos filhos do teu povo. Será um tempo de angústia, como jamais houve igual desde que existem nações até aquele momento. E naquele tempo será salvo do teu povo todo aquele que for achado escrito no livro.” (Daniel 12,1)

 

A Linha de São Miguel ergue-se em direção sudeste–noroeste, com 8.519,9 km de comprimento e 36 km de espessura. Em relação à sua latitude inicial, tem inclinação de exatamente 150°, número que remete às ave-marias dos mistérios do Rosário.


Ela é composta por templos erguidos em locais com antigas histórias ligadas ao arcanjo.


A seguir, estão listados seus pontos, de noroeste a sudeste:


  1. Ruínas da Igreja de São Miguel da Ilha Skellig Michael, Irlanda: 

 

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Monte em que, no século V, São Miguel Arcanjo apareceu a São Patrício para expulsar os demônios da Irlanda. É o marco final da linha, aqui apresentada de cima a baixo.


  1. Capela da ilha Monte Saint Michael, Inglaterra: 


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Monte relacionado a uma aparição de São Miguel do século V na qual o arcanjo salvou marinheiros que corriam risco de morrer durante uma tempestade.


  1. Abadia do Monte Saint-Michel, França:


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Monte em que São Miguel apareceu em sonho a Santo Aubert no ano de 707 e pediu-lhe que ali fosse construído um santuário em seu nome.


  1. Abadia de São Miguel do Monte Pirchiriano, Itália:


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Monte em que São Miguel pediu a São João Vicente que fundasse um mosteiro no século X. O próprio arcanjo ajudou a levar o material da construção para o topo da montanha.


  1. Paróquia de São Miguel Arcanjo da Ilha Maggiore, Itália:


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Templo erguido no cume de uma ilha. Sua origem não foi documentada, mas sabe-se que existe ali desde, pelo menos, o ano de 1136.


  1. Santuário do Monte Sant'Angelo de Gargano, Itália:


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Local em que, no ano 490, São Miguel, em aparição, pediu que houvesse culto dedicado a seu nome. O arcanjo reapareceu em mais outras três ocasiões relacionadas ao monte: 492, 493 e 1656.


  1. Mosteiro de Miguel Taxiarca da Ilha Simi, Grécia:


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Local aos pés de um monte em que, em 450 d.C., foi encontrado um milagroso ícone de São Miguel.


  1. Mosteiro Stella Maris do Monte Carmelo


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Esses 7 locais acima apontam em direção ao Mosteiro Stella Maris, no Monte Carmelo, que foi erguido em 1761 onde hoje se encontra Israel. Junto a este, formam como que uma espada empunhada pela Virgem Maria desde a Terra Santa.


Embora este mosteiro não tenha nenhuma referência direta conhecida que o relacione a São Miguel, nele encontra-se a Caverna de Santo Elias, local onde o profeta rezou antes de enfrentar os cultuadores de Baal. Uma tradição ucraniana narra que Santo Elias foi levado ao céu para enfrentar os demônios dos ares com a ajuda de São Miguel Arcanjo.


Ao se traçar uma linha que liga o ponto final — as ruínas de Skellig Michael — ao ponto inicial — o Mosteiro Stella Maris — nota-se que todos os 6 pontos intermediários situam-se levemente a noroeste da linha, isto é, acima dela no mapa. É como se os 6 locais estivesse sendo sustentados pela espada de São Miguel, em um gesto simbólico de proteção.


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O ponto de menor desvio da Linha de São Miguel é a Abadia do Monte Pirchiriano, situada a apenas 8 km. Já o de maior desvio é o mosteiro da Ilha Simi, atualmente pertencente à Igreja Ortodoxa Grega, localizado a 37 km da linha.


O número de pontos nesta linha também remete a Nossa Senhora, cuja Imaculada Conceição é celebrada no dia 8 de dezembro, Seu nascimento no dia 8 de setembro e Sua infância no dia 8 de cada mês.

 

Linha de Santa Maria na Europa

 

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A Linha de Santa Maria na Europa tem 1.757,3 km de extensão e 86 km de espessura. Em relação à latitude do ponto inicial, apresenta ângulo de 53° (sudoeste–nordeste), o mesmo número de ave-marias rezadas em um Santo Terço. Ela inclui, a princípio, 4 locais de peregrinações bem conhecidos, aqui listados de sudoeste a nordeste:


  1. Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Portugal:


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Local onde, em 1917, a Virgem Maria apareceu e trouxe uma mensagem sobre a necessidade de conversão para se evitar um castigo divino. Antes de Nossa Senhora aparecer, as crianças videntes vivenciaram uma aparição do Anjo de Portugal. Em 1930, essa aparição foi aprovada pela Igreja.


  1. Los Piños de Nossa Senhora do Carmo de Garabandal, Espanha:


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Local em que, de 1961 a 1965, a Virgem Maria apareceu e trouxe uma mensagem sobre a necessidade de conversão para se evitar um castigo divino. Antes de Nossa Senhora aparecer, as crianças identes vivenciaram uma aparição de São Miguel Arcanjo. A Diocese de Santander autorizou, em 2024, que a paróquia local expusesse uma imagem e uma placa em honra à aparição.


  1. Capela da Medalha Milagrosa de Nossa Senhora das Graças de Rue Du Bac de Paris, França:


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Local em que, em 1830, a Virgem Maria apareceu e trouxe uma proteção para os tempos difíceis que viriam. Antes de Nossa Senhora aparecer, a jovem vidente vivenciou uma aparição de seu anjo da guarda. O caso foi aprovado pela Igreja em 1836 pelo Arcebispo de Paris.


  1. Capela de Nossa Senhora de Todas as Nações, Amsterdã:


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Assim como os locais citados anteriormente, a capela de Nossa Senhora de Todas as Nações surgiu após relatos de uma aparição da Virgem Maria, alegadamente ocorrida no ano de 1945, em Amsterdã, Países Baixos. Entretanto, a Igreja julgou-o como não sobrenatural em 1974.


Curiosamente, um ano antes, em 1973, uma imagem de devoção a esta aparição chorou diante muitas testemunhas durante os fenômenos ligados à aparição de Nossa Senhora de Akita, no Japão, caso que recebeu a devida aprovação eclesiástica da Santa Sé em 1988.


Embora a Santa Sé tenha, em primeiro momento, rejeitado o caráter sobrenatural da aparição de Amsterdã, ela aprovou posteriormente, em 1996 e 2005, a devoção ao título de Nossa Senhora de Todas as Nações e à imagem atribuída à aparição. Há, inclusive, vários relatos de graças, milagres e conversões relacionados à capela erguida em honra a esta devoção.


Portanto, ainda que a aparição tenha sido julgada sem caráter sobrenatural, a Igreja reconhece e incentiva a piedosa devoção que dela nasceu. Assim, de um episódio julgado negativamente, brotou uma expressão legítima de fé mariana, acolhida tanto pela Igreja quanto pela própria Virgem Maria — como vimos em Akita —, tornando-se a cpela local de peregrinação mariana.

 

Outras Aparições


Nesta linha encontram-se também pelo menos outros 16 locais de alegadas aparições marianas menos conhecidas. Na imagem abaixo, é possível visualzar todos os 20 pontos que compõem o traçado.


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Esses 16 pontos são, de sudoeste a nordeste:


  1. Lisboa, Portugal: Aparição de Maria a Sebastião Barradas em 1550.


  2. León, Espanha: Aparição da Virgem do Caminho a um pastor em 1505, pedindo devoção a Sua imagem no local.


  3. Bolera de la Vírgen de la Luz em Liébana, Espanha: Aparição de Nossa Senhora da Luz a uma menina em 1487, pedindo um santuário no local.


  4. Azay-sur-Thouet, França: Aparição de Nossa Senhora do Ajoelhado a Louise Estivalle em 1550. No local, foi construído um santuário.


  5. Béhuard, França: Aparição de Maria a São Maurílio (364–435) no ano de 431. No local, ele fundou uma igreja.


  6. L'Île-Bouchard, França: Aparição de Nossa Senhora da Oração a quatro meninas em 1947, pedindo oração pela França.


  7. Tours, França: Aparição de Maria a São Martinho de Tours (316– 397) em 371 e a Irmã Maria de São Pedro (1816–1848) em 1844. Essa última vidente também recebeu revelações de Jesus Cristo alertando sobre o comunismo. Nesse ponto em que houve duas aparições, marca-se o cruzamento das duas linhas.


  8. Chartres, França: Aparição de Maria a São Fulberto (960–1028) em 1026, curando-o de uma doença. A Catedral de Chartres foi construída em gratidão ao milagre.


  9. Versalhes, França: Aparição de Maria a Justine Bisqueyburn (1817–1903) entre 1841 e 1846, após ter-lhe revelado o Escapulário Verde um ano antes em Blangy-sur-Bresle.


  10. Paris, França: Cidade em que houve vários casos de aparições de Maria, como ao Abade Ivo em 1100, ao Beato Bonifácio (1188–1265), a monges franciscanos em 1338, ao Beato Alano da Rocha (1428–1475) em 1465, a Pierre de Berulle (1575–1629) em 1608, à beata Barbara Avrrillot em 1614, a Santa Catarina de Jesus (1589–1623) em 1623, ao Beato Julian Maunoir (1606–1683) em 1625, a Jean-Jacques Olier (1608–1657) em 1649, a Pe. Genettes em 1836, a Irmã Therese Emmanuel de la Mère de Dieu (1817–1888) em 1871, a Armand Wallet e Alfred Fontes em 1873, entre outros casos mais recentes e ainda não analisados pela Igreja.


  11. Corbie, França: Aparição de Maria a Santo Ansário (801–865), o Apóstolo do Norte, em torno de 810.


  12. Arras, França: Aparição de Nossa Senhora dos Ardentes em 1105 para proteger a população contra uma doença.


  13. Valenciennes, França: Aparição de Nossa Senhora do Santo Cordão em 1008 para proteger a população contra uma doença.


  14. Tournai, Bélgica: Aparição de Maria em 1340 para soldados invasores britânicos, pondo-os em fuga.


  15. Flandres, Bélgica: Aparição de Maria no antigo condado de Hainault a Santa Aldegunda de Maubeuge (639–684) em 660.


  16. Schiedam, Países Baixos: Aparição de Maria a Santa Liduína (1380–1433) em 1413.


Como adiciona-se Lisboa como a nova ponta sudoeste da linha, ela passa a ter comprimento de 1.877,93 km, mantendo a mesma espessura e inclinação.

 

A Cruz de Santa Maria e São Miguel


"Ele sozinho formou a extensão dos céus, e caminha sobre as alturas do mar. Ele criou a Grande Ursa, Órion, as Plêiades e as constelações do sul. Fez maravilhas insondáveis, prodígios incalculáveis." (Jó 9,8-10)

 

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A Linha de Santa Maria na Europa e a Linha de São Miguel cruzam-se e formam, juntas, a forma de uma cruz de tamanho continental.


O ângulo desse encontro, espantosamente, é o mesmo que há entre as linhas da constelação do Cruzeiro do Sul (Crux), porém invertido em relação ao eixo horizontal. Em outras palavras, é como se a terra refletisse o cruzeiro do céu. Esse paralelo remete-nos ao terceiro pedido do Pai Nosso, no qual rogamos que a vontade do Senhor seja feita na Terra assim como é feita no Céu.


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Alinhando-se as cruzes por seus centros, de modo que o Cruzeiro do Sul permaneça na parte interna da Cruz de Santa Maria e São Miguel, observa-se que as quatro estrelas das pontas do Cruzeiro do Sul praticamente se sobrepõem a quatro pontos já mencionados. Na imagem acima, foi feita esta sobreposição para melhor esclarecimento.


Além disso, a quinta estrela do Cruzeiro, quando projetada junto, coincide com um local onde também ocorreu uma relevante manifestação mariana.


Confira abaixo os pontos correspondentes a cada estrela:


Estrela α Crucis (Acrux): A estrela da base da cruz se sobrepõe à Paróquia de São Miguel Arcanjo da Ilha Maggiore, Itália.


Estrela β Crucis (Mimosa): A estrela do braço direito da cruz (à esquerda de quem a vê no céu) se sobrepõe à Schiedam, Países Baixos, onde houve uma aparição de Maria a Santa Liduína (1380–1433) em 1413.


Estrela γ Crucis (Gacrux): A estrela do topo da cruz se sobrepõe à Capela da ilha Monte Saint Michael, Inglaterra.


Estrela δ Crucis (Imai): A estrela do braço esquerdo da cruz (à direita de quem a vê no céu) fica muito próxima de Garabandal, onde houve a aparição de Nossa Senhora do Carmo de 1961 a 1965.


Estrela ε Crucis (Ginan): A estrela que acompanha a cruz do Cruzeiro do Sul se sobrepõe ao local da aparição de Nossa Senhora da Visitação, na vila de Lescure da comuna francesa de Valuéjols, ao pastor Jean Paillé, enquanto este rezava diante de uma cruz no ano de 1717. Maria pediu-lhe que, no local, fosse construída uma igreja, e deixou ali uma estátua milagrosa sua. Essa história nos remete a Nossa Senhora Aparecida, cuja estátua milagrosa apareceu no mesmo ano no Brasil.


São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer aquele que é, nem reconhecer o artista, considerando suas obras. Tomaram o fogo, ou o vento, ou o ar agitável, ou a esfera estrelada, ou a água impetuosa, ou os astros dos céus, por deuses, regentes do mundo.

Se tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então, quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez essas coisas. Se o que os impressionou é a sua força e o seu poder, que eles compreendam, por meio delas, que seu criador é mais forte; pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor.

(Sabedoria 13,1-5)


O Sagrado Coração de Jesus


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Algo que chama a atenção na Linha de Santa Maria na Europa é a concentração de aparições marianas em Paris, capital da nação conhecida como primogênita da Igreja. Foram listadas 13 aparições na cidade. Na 13ª estação da Via Sacra, Jesus é descido da cruz para os braços de Sua mãe.


Observando-se o posicionamento de Paris em relação à Cruz de Santa Maria e São Miguel, nota-se que ela se citua no ponto correspondente ao Sagrado Coração de Jesus, o que nos lembra o amor de Maria por Paris e a dor que sente ao vê-la ferida pela lança da descrença, tal como o Coração do Primogênito de Deus foi atravessado na Crucifixão.


Outro fato interessante é que o cruzamento das linhas desta cruz coincide exatamente no Meridiano de Greenwich, marcado na imagem acima em azul. Este meridiano divide o globo em Leste e Oeste a partir do centro da cruz, como se mostrasse Jesus estendendo seus braços para os dois lados do mundo. Sua cabeça projeta-se no Ocidente, simbolizando a Santa Sé de Roma no comando da Igreja, e os pés no Oriente, simbolizando a origem oriental da Cristandade a sustentando através da cruz que os cristãos do oriente carregam.


A Linha de Santa Maria no Atlântico


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Como explicado nos Esclarecimentos Prévios, as linhas fora da Europa apresentam maior precisão na superfície terrestre do que na projeção cartográfica. Isso significa que, ao serem projetadas do globo para o mapa, as linhas surgem curvas, e seu ângulo varia, portanto, conforme o ponto do traçado.

 

O braço ocidental da Cruz de Santa Maria e São Miguel aponta em direção ao Brasil. Partindo do ponto mais sudoeste da Linha de Santa Maria na Europa, em Lisboa — local de uma aparição em 1550 — até o ponto mais nordeste da linha brasileira, São Gonçalo do Amarante (RN) — onde ocorreu uma aparição em 1645, que será comentada mais adiante —, traça-se uma linha de 5.647 km.


Quando a linha é projetada de forma reta diretamente no mapa, se medida em sentido sudoeste–nordeste, sua inclinação (a partir da latitude inicial) é de 62°, uma diferença de 9° em relação à Linha da Santa Maria na Europa.


Esta linha passa exatamente sobre a Ilha de Tenerife, pertencente às Ilhas Canárias.


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Nessa ilha, apareceu uma imagem milagrosa de Nossa Senhora da Candelária em 1392. Portanto, até a Linha no Atlântico passa por uma aparição mariana.


Em Tenerife também nasceu São José de Anchieta (1534–1597), o Apóstolo do Brasil.


Seguindo adiante, a linha chega ao nosso país pelo Nordeste, tal como foi a chegada do Cristianismo nesta terra.

 

A Linha de Santa Maria no Brasil

 

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A linha brasileira possui comprimento de 3.009 km, espessura de 118 km, inclinação de 53° (sudoeste–nordeste em relação à latitude inicial) — o mesmo ângulo da Linha de Santa Maria na Europa — e passa por 9 casos de presumíveis manifestações marianas, listadas a seguir:


  1. Capela dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte: Em 1645, Nossa Senhora apareceu para Adriana Pinheiro, uma menina de oito anos que se escondia, assustada, devido ao martírio de Uruaçu. A Virgem apareceu-lhe erguendo um chicote azorrague e anunciou que castigaria os calvinistas responsáveis pela terrível chacina. O martírio foi reconhecido pela Igreja e, em 2017, os santos mártires foram canonizados.


  2. Santuário de Nossa Senhora das Graças de Cimbres, Pernambuco: Local em que Nossa Senhora apareceu para duas meninas nos anos de 1936 e 1937, anunciando a necessidade de conversão para evitar um castigo ligado ao comunismo. A aparição recebeu o reconhecimento oficial da Igreja em 2021 pela Diocese de Pesqueira.


  3. Anguera, Bahia: Caso de presumíveis aparições de Nossa Senhora Rainha da Paz a Pedro Régis, desde 1987, ainda em ocorrência. Até o momento, não houve juízo oficial da Igreja.


  4. Nossa Senhora da Luz de Sete Lagoas, Minas Gerais: Caso de presumíveis aparições de Nossa Senhora da Luz a Nívia Oliveira de 2003 a 2024, inicialmente em Santana de Pirapama (MG). Não houve, ainda, juízo oficial da Igreja.


  5. Gruta Nossa Senhora de Itaúna, Minas Gerais: Caso de aparições a Ovídio Souza e outras testemunhas de 1955 a 1961. A Diocese cuida do santuário e autorizou que nele se venerasse a imagem da aparição.


  6. Santuário Nossa Senhora Rainha da Obediência, Congonhal, Minas Gerais: Caso de aparições de Nossa Senhora Rainha da Obediência a Alfredo Moreira Filho de 1987 a 1988. A Arquidiocese de Pouso Alegre autorizou que no local fosse criado um santuário relacionado à aparição.


  7. Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, Campinas, São Paulo: Local da aparição de Nossa Senhora das Lágrimas à Irmã Amália em 1930. O caso recebeu o reconhecimento oficial da Igreja pela Diocese de Campinas em 1931.


  8. Curitiba, Paraná: No século XVII, os habitantes de um lugar próximo ao atual território de Curitiba precisavam fundar uma nova vila. Notaram que, todas as manhãs, a imagem de Nossa Senhora da Luz de sua capela mudava misteriosamente de posição. Entenderam que ela indicava onde deveriam fundar a nova vila, que se tornou a cidade de Curitiba.


  9. Santuário de Nossa Senhora da Santa Cruz, Erechim, Rio Grande do Sul: Local das aparições de Nossa Senhora da Santa Cruz à vidente Dorothea Farina de 1944 a 1988. No dia 14 de setembro de 2025, a Diocese de Erexim deu seu reconhecimento oficial ao santuário criado em honra à aparição.

 

Ligando-se as aparições das extremidades da Linha de Santa Maria no Brasil, ou seja, de Uruaçu a Erechim, percebe-se que todas as demais aparições situam-se a sudeste da linha, ou seja, abaixo dela no mapa. É como se todos os demais pontos estivesse sob a proteção do manto da Virgem.


Dentro dessa linha também ocorreu uma aparição de São Miguel Arcanjo, na cidade que leva seu nome, em São Paulo. O ponto está destacado na imagem acima pela marcação roxa. O episódio ocorreu em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, no dia da festa deste santo arcanjo. Um clarão surgiu no céu e um homem apareceu diante dos combatentes anunciando o fim da guerra. O capitão foi à paróquia local para agradecer pela paz e reconheceu que aquele homem aparecido era idêntico à imagem de São Miguel Arcanjo presente na igreja.


Prolongamento até a Argentina


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A linha também pode ser prolongada até Lujan, na Argentina, onde, em 1630, um fazendeiro pernambucano carregava uma imagem de Nossa Senhora da Conceição quando sua carroça misteriosamente parou de se mover. Ela só voltou a andar quando tiraram dela a imagem que carregava, o que foi entendido como um sinal de que era para ela ser venerada naquele local. Ali foi construído um santuário, e à imagem são atribuídos vários milagres. O fato de essa imagem ter vindo do Nordeste do Brasil remete à Linha de Santa Maria, como se a Virgem dissesse que quer continuar estendendo seu caminho por mais nações.


Perto de Lujan, a leste, há também o caso da presumível aparição de Santa Maria do Espírito Santo à suposta vidente Márcia, na cidade de Lanús, nos anos 1999 e 2000, ainda sem juízo eclesiástico. Curiosamente, esse caso começa com uma aparição de São Miguel, na qual o arcanjo diz para a vidente "percorrer o caminho". Esta frase referia-se à sua jornada a Deus, mas também nos lembra o caminho percorrido pela Virgem de Norte a Sul e Leste a Oeste para abraçar a todos os Seus filhos. Este caminho também nos serve com uma senda que Maria traçou para nos conduzir a Deus.


A linha mariana completa, portanto, do ponto mais ao norte, em Amsterdã, ao ponto mais ao sul, em Lanús, tem 11.467 km de comprimento.

 

Conclusão


A Mãe de Deus deixou-nos, com tudo isso, uma mensagem bela e profunda, lembrando a todas as nações que Ela combate junto conosco e por nós, sempre para a maior glória de Deus e da Santa Igreja.

 

Portanto, junto à Virgem Maria e a São Miguel Arcanjo, empunhemos a espada da Fé na nossa batalha cotidiana da retificação do nosso caminho rumo ao Céu.

 

“A senda do justo é reta, e reto é o caminho que o justo há de percorrer. E no caminho dos Vossos juízos, Senhor, em Vós esperamos.” (Isaías 26,7-8)

 

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Professor Lucas Gelásio
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